Autarca de Barcelos questiona Resulima por causa dos “maus odores” do aterro de Paradela

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O presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Mário Constantino Lopes, escreveu uma carta ao presidente do Conselho de Administração da Resulima mostrando preocupação com a situação dos maus odores emanados pela Unidade de Valorização e Tratamento de Resíduos de Paradela.
Na missiva, Mário Constantino Lopes sublinha “a incomodidade e a perturbação da qualidade de vida provocada pela produção de odores provenientes da unidade de valorização de resíduos de Paradela, que tem sido noticiada e manifestada por parte da população residente nas proximidades” daquele equipamento. Nesse sentido, o autarca vinca que “é necessário mitigar este problema”, implementando as propostas apresentadas pelo IDAD (Instituto do Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro)”, de resto dando resposta à CCDR-N, que solicitou uma reformulação do Plano de Gestão de Odores.
Entre as medidas a implementar estão a criação de “barreira cénica de terras definitiva e barreira de árvores, a instalação do contravento de canhão de odores, a cobertura dos tanques de tratamento biológico da ETL e o encaminhamento das emissões para torre de lavagem química (ou adsorção em carvão ativado)”. Acrescem a estas medidas “o fecho do biofiltro existente e a colheita e encaminhamento das emissões para tratamento em torre de lavagem química (ou adsorção em carvão ativado)”.
Assegurando que está “consciente da importância e contribuição destas medidas para a minimização dos inconvenientes invocados pela população”, o presidente da Câmara de Barcelos termina a sua comunicação solicitando informação “sobre o ponto de situação relativamente à implementação e ao cumprimento das medidas de mitigação referidas”.
“Retrocesso civilizacional e um crime ambiental”

Para o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim,  o que está a acontecer no aterro de Paradela é um “crime ambiental”, apontando descargas ilegais de resíduos sem tratamento.

“É um retrocesso civilizacional e um crime ambiental o que se está a passar neste aterro. Estão a descarregar resíduos, sem qualquer triagem ou tratamento, diretamente no aterro. As entidades responsáveis não podem fechar os olhos a isto” disse Aires Pereira à Agência Lusa.

O autarca da Póvoa de Varzim garantiu que situação está registada em fotografias, entretanto publicadas nas redes sociais da Junta de Freguesia da Laúndos, aldeia contígua ao aterro, cuja população se queixa desde o ano passado “de um cheiro nauseabundo”

“Além do problema dos cheiros que muito têm atormentado as populações, este aterro não está a contribuir em nada para as metas ambientais, que todos estamos obrigados em relação às diretrizes da reciclagem. Fazer descargas de lixo sem tratamento em pleno século XXI é inadmissível e contra todas as regras”, completou Aires Pereira.

O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim garantiu que esta descarga vai gerar “nova comunicação oficial às entidades competentes, como o ministério do Ambiente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT)”.

“Estes organismos têm de tomar medidas. A forma como este aterro está a ser gerido é inadmissível”, reforçou Aires Pereira.

O aterro sanitário, localizado na freguesia barcelense de Paradela, distrito de Braga, é gerido pela empresa Resulima, responsável pela recolha de resíduos nos municípios de Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo.

O equipamento entrou em funcionamento no início de 2022, mas, desde então, tem gerado a contestação dos habitantes das freguesias poveiras limítrofes de Rates e Laúndos, que se queixam da presença de “um cheiro nauseabundo” na zona, apontando como causa a atividade do aterro.