Professores do IPVC estão a “redesenhar” antigo matadouro municipal de Viana

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Docentes e investigadores do Instituto Politécnico de Viana do Castelo criaram um grupo de trabalho de design que está a dar uma “nova roupagem” a imóveis emblemáticos de Viana do Castelo, como o antigo matadouro municipal. O grupo, constituído por Manuel Rivas, Liliana Soares, Ermanno Aparo, Jorge Teixeira e Rui Cavaleiro, pretende combinar tradição, inovação, academia e mundo empresarial em torno de construções antigas, com o objetivo de contribuir para a sua efetiva melhoria a níveis estéticos e sustentáveis. Ao mesmo tempo, pretende estimular jovens designers e atrair empresas da área a associarem-se aos projectos.
“Este grupo de trabalho surgiu da necessidade de criar alternativas de projeto sustentáveis, renovadores e com sentido de mudança. Pretendemos fazer uma reflexão acerca do ‘redesign’ de construções antigas da cidade de Viana do Castelo, que, devido a fatores externos, se tornaram impróprias. Um desses casos é o Matadouro Municipal. Neste sentido, a questão de investigação foi: em que medida o modus operandi do design, combinando tradição, inovação, academia e o mundo empresarial, pode contribuir para uma efetiva melhoria de edifícios antigos como matadouros? Este projeto, que recupera um edifício junto a uma escola de design, pode servir de estímulo e ocasião para atrair empresas e outras entidades, criando novos stakeholders, que estimulem o desenvolvimento e a inovação”, explicou Liliana Soares, docente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC).
Liliana Soares afirma que a investigação desenvolvida pelo Grupo de Trabalho de Design do IPVC permite “fundar juízos, incentivos e, sobretudo, condições para que os jovens criativos possam continuar a viver na sua terra ou fazer deste lugar um polo de atração de criatividade, competitivo e com sentido de futuro”.
As principais conclusões do estudo são reveladoras de que os passos estão a ser dados no sentido certo, albergando, para isso, diferentes especialistas, com o propósito de ser criada uma rede local de partilha de ideias. “É fundamental desenhar ideias futuras e prototipagem de pensamentos e conceitos. Por outro lado, criar um projeto que combine tradição e inovação para redesenhar um edifício antigo cuja função não existe mais apresenta uma metodologia criativa, experimental e inovadora, pois transfere conhecimento e cultura para a sociedade. Pretendemos, ainda, desenhar um sistema de cooperação que possa contribuir para a criação de novos negócios e unir empreendimentos, desenvolvendo sustentabilidade e competitividade”, descreve, ainda, a docente Liliana Soares.
O trabalho desenvolvido no IPVC tem despertado atenções e aquele grupo de professores tem apresentado o projeto fora das fronteiras do IPVC. Foi o caso da 8.ª Conferência Internacional de Arquitetura, Materiais e Construção (ICAMC 2022), que teve lugar na Universidade de Lisboa, no mês de outubro.
Entretanto, os docentes viram também o artigo “Designing between tradition and innovation”, escrito no âmbito dos projetos desenvolvidos no Grupo de Trabalho de Design, publicado na revista Materials Today: Proceedings (ISSN: 2214-7853), uma edição da Elsevier.