“Desejo que esta nova Federação Socialista faça mais do que fale”

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O novo presidente da Federação Distrital do Partido Socialista defendeu o combate às ambiguidades e um partido aberto à sociedade. Na abertura do 20º Congresso Federativo de Viana do Castelo, que está a decorrer em Melgaço, Vítor Paulo Pereira, quer que nova federação “faça mais do que fale”.

“Teremos de combater as ambiguidades e o conformismo. Precisamos de ser um partido moderno. Aberto à sociedade e próximo das pessoas. Não tenhamos dúvidas, que foi essa proximidade, com as pessoas e as suas preocupações, que nos garantiu a última maioria absoluta”, afirmou, acrescentando que “é um erro reduzir o partido à lógica do poder pelo poder”. “Não podemos ficar entre a sondagem e a imagem. Temos de saber resistir à ditadura do imediato e do mediático. Não há socialismo sem o sonho, sem o inconformismo, sem a rebeldia e sem a obra, a obra”, reiterou.

Vitor Paulo Pereira reconhece que as ideias e os princípios são essenciais na vida de um partido. Mas ressalva que há que ter consciência que “a ideologia não se pode servir à mesa”. “Temos de ser um partido prático, que faça coisas pelas pessoas. Que transforme a vida das pessoas”, sublinhou.

O novo líder da Federação Distrital prometeu “uma liderança responsável, ativa e credível capaz de garantir o respeito dos militantes e da sociedade civil”. “Decidiremos sempre pelo bem comum. Não teremos hesitação nas decisões mesmo que estas signifiquem a perda da nossa popularidade. O distrito, as pessoas estarão sempre à frente dos interesses individuais”, defendeu.

E olhando ao redor, Vitor Paulo Pereira recordou o momento muito difícil que as famílias estão a viver no distrito e no país: “Queremos ser por isso uma Federação e um partido com capacidade de comoção. Um partido que esteja atento aqueles que mais sofrem e que mais sofrerão com esta crise.” O também autarca de Paredes de Coura acrescentou que “é nos períodos difíceis que a política faz mais sentido e é mais útil para ajudar as pessoas a ultrapassarem as suas dificuldades, os seus obstáculos e, deste modo, realizarem os seus projetos de vida”. “Desejo que esta nova Federação faça mais do que fale para conseguir que a nosso distrito avance e progrida, na consolidação democrático-constitucional, no desenvolvimento económica e na inclusão social, através do emprego, da educação e da arte”, sustentou.

Dirigindo-se aos congressistas que encheram por completo o anfiteatro da Casa da Cultura de Melgaço, Vitor Paulo Pereira lembrou que um partido não é feito apenas de militantes ou de ideias. “Um partido é feito, sobretudo, de memória e de exemplo, recordando os nomes de Mário Soares, Jorge Sampaio, António Guterres, e tantos outros, que fazem parte desta ilustre galeria que, através dos seus exemplos, inspiram para as lutas e para os desafios do futuro. Nós, os socialistas, de agora, temos de continuar a alimentar esta força e ser dignos da herança dos nossos antepassados. A nossa Federação será responsável por uma herança de justiça de que será guardiã”, asseverou.

Traçando o paralelismo com a intempérie que se faz sentir no Alto Minho, Vitor Paulo Pereira avisou que “não é o vento da tempestade que afetará a direção” do PS distrital.  “É o leme das nossas convicções que determinará o nosso destino”, disse, traçando um retrato da realidade regional.

“Para compreendermos uma terra, um distrito, uma federação temos que juntar tudo para percebê-los: fábricas, livros, meninos a brincar no recreio, estradas, pontes, hospitais, debates, teatros, vinhedos, casas felizes, chuva, solidão, partilha, alegrias, tristeza, coragem, fortuna, derrota, felicidade, egoísmo, fragilidade, encontro, vitória. Tudo, tudo”, exaltou, rematando que para compreender o Alto Minho “é preciso contar histórias”. “Espero sinceramente que um dia alguém conte a nossa história, não para a vanglória egoísta do contador ou da terra, mas para que esta história seja inspiração para os nossos filhos, que terão a missão de continuar a escrevê-la. Não lhes deixamos nenhum conselho, apenas lhes segredamos aos ouvidos: nenhum dia sem sonho. O sonho de uma terra mais justa, mais livre e mais solidária. Como foi o sonho dos nossos fundadores”, concluiu.