Ministro e secretário de Estado do Mar lançam radares do Atlântico

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O ministro da Economia e do Mar e o secretário de Estado do Mar estiveram presentes na apresentação dos radares do Atlântico e na assinatura do auto de consignação do radar de São Miguel, no Pico Santos de Cima. Os equipamentos vão permitir “melhorar a precisão de fenómenos meteorológicos extremos”, permitindo à região estar “mais bem preparada” para enfrentar as alterações climáticas, explicou Carlos Ramalho, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Os dois radares, que incluem duas estações meteorológicas e dois detetores de trovoada, representam um investimento superior a cinco milhões de euros, incluídos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Os radares eram uma prioridade e são equipamentos de última geração com um perímetro de observação de cerca de 300 quilómetros”, realçou o ministro António Costa Silva.

“Vão permitir determinar com uma melhor precisão fenómenos meteorológicos extremos associados principalmente à precipitação e à intensidade do vento”, acrescentou o meteorologista Carlos Ramalho, dando ainda nota de que os radares vão garantir uma “maior precisão das previsões” meteorológicas, fazendo com que os Açores fiquem “mais bem preparados” para as alterações climáticas.

“Permite-nos conhecer melhor a nossa meteorologia e estarmos mais bem preparados para fenómenos severos. (…) Os fenómenos extremos, com as alterações climáticas, prevê-se que venham a ser mais frequentes”, alertou.

“Os novos radares, que estarão em funcionamento em 2024, vão aumentar a fiabilidade das previsões. Para gerir melhor estas situações extremas, as autoridades têm de decidir ações muito pontuais e localizadas”, explicou o Ministério, em comunicado, destacando ainda que “Portugal vai também passar a ter direito a voto no sistema de gestão das tempestades subtropicais e dos furacões no Atlântico norte da Organização Meteorológica Mundial”.

O ministro António Costa e Silva disse ainda que o Observatório do Pico tem as condições ideais para o registo dos níveis de dióxido de carbono, cuja medição é importante compreender as alterações climáticas e minimizar o seu efeito. “Penso que a nossa relação com o oceano é muitas vezes uma relação cega, mas temos de mudar isso no século XXI para ser baseada no conhecimento e na ciência e na informação”, defendeu. “Acreditamos que colocando a ciência, a tecnologia e o conhecimento no centro da nossa relação com estes fenómenos, vamos melhorar significativamente as previsões e aumentar o nível de segurança e fiabilidade para a população dos Açores”, acrescentou.

Porém, “os radares não se destinam a observar os Açores, mas a observar o Atlântico, pelo que a centralidade dos Açores na área científica vai ter aqui uma expressão óbvia”, frisou o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Miguel Miranda.

Os dois novos equipamentos, cuja instalação de cada um demora cerca de um ano, vão permitir que “todo o arquipélago fique coberto com informação de radar meteorológico”. “Os radares vão permitir determinar alguns fenómenos de precipitação intensa e conhecer melhor os fenómenos meteorológicos específicos que ocorrem nas nossas ilhas”, reforçou Carlos Ramalho. O meteorologista explicou ainda que foram “estudadas várias zonas” para a instalação do radar meteorológico em São Miguel e que a opção recaiu sobre Pico Santos de Cima devido à capacidade para abranger o grupo oriental, São Miguel e Santa Maria. “É uma zona que apanha bem o que nós queremos, que é todo o grupo oriental. Também permite apanhar bem o que se passa nas proximidades do aeroporto de Ponta Delgada e de Santa Maria”, justificou.