Metaloviana ajuda a “forjar” o futuro da habitação inteligente

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O futuro da habitação chegou a Viana do Castelo e escolheu as instalações da Metaloviana, na antiga Cerâmica Rosa, para demonstrar como uma casa pode ser autossustentável e, à semelhança de um girassol, rodar à procura da sua fonte de energia.

O projeto “Casas em Movimento” despertou a atenção da empresa de metalomecânica, que assegurou o metal, o vidro, mecanização e automatismos do edifício, agora apresentado na icónica fábrica da cerâmica de Alvarães, actualmente em recuperação pela Metaloviana, que ali espera construir um centro de artes, ofícios e negócios amigos do ambiente.

A “Casas em Movimento”, projecto que surgiu de uma parceria com a Universidade do Porto, tem criado edifícios que, além de movidos pelo sol, são também movidos por inteligência artificial, capazes de adaptarem o movimento às condições climatéricas previstas, ao tipo de utilização e aos consumos presentes e estimados. No fundo, trata-se de uma arquitetura viva, que integra inovação e sustentabilidade, em que tudo é feito em função da exposição solar. Ao produzirem mais energia do que a que consomem, estas casas podem ser uma fonte para carregar o telemóvel, computador, iluminação pública ou até viaturas eléctricas. Nessa medida, são apontadas como ”um exemplo da economia circular”. Embora o conceito inicial tivesse por base o desenvolvimento da tecnologia adaptado à habitação, verificou-se que pode ser mais abrangente e aplicar-se a toda a arquitetura.

“A casa instalada na Metaloviana – Cerâmica Rosa é um edifício positivo, que produz quase seis vezes mais energia do que a que consome”, realçou o arquitecto Manuel Vieira Lopes, mentor pelo projecto, criado em 2010, durante a inauguração do showroom. O responsável mostrou-se ainda “eternamente agradecido” à Metaloviana, lembrando o apoio do anterior administrador, Morais Vieira, que acreditou no pioneirismo do projecto e apoiou-o, quando houve dificuldades no financiamento. 

A inauguração do showroom “Casas em Movimento” contou com a presença do presidente da Câmara de Viana do Castelo, que revelou que esta empresa integra e densifica o “VIANA S+T+ARTS CENTRE”, projeto de transformação do antigo matadouro municipal num centro para criação que vai combinar a ciência e tecnologia com arte e que já garantiu um financiamento de 5 milhões de euros através do programa Novo Bauhaus Europeu, do Pacto Verde.