Economia do Norte cresceu acima da média nacional desde 2000

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A economia da região Norte cresceu, entre 2000 e 2022, 0,2 pontos percentuais acima da média nacional, de acordo com o relatório Norte Estrutura, divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). “Entre 2000 e 2022, o crescimento económico médio anual do Norte foi de 1,0%, um valor 0,2 pontos percentuais (p.p.) acima do nacional”, pode ler-se no documento.

No entanto, apesar de os números serem favoráveis face à média nacional, “o reduzido diferencial de crescimento económico do Norte face ao do país não permitiu retirar a região do último lugar nacional no indicador do PIB por habitante, uma situação que se prolonga há duas décadas”. O documento realça que a reação da economia do Norte aos vários acontecimentos ao longo do século XXI “provocou diferentes ritmos de crescimento económico e de convergência real com a média nacional e europeia ao longo dos diferentes ciclos económicos”.

Em causa estão “mudanças institucionais, tecnológicas, económicas, políticas e sanitárias” como a adesão de Portugal à Zona Euro, o reforço da automação e a digitalização das economias, a segmentação das cadeias de valor internacionais, a adesão de novos Estados-Membros à UE27 [União Europeia com 27 países] e a crise pandémica”.

“A maior abertura da economia do Norte tem permitido às empresas escoar a produção para vários mercados, o que reduziu o impacto dos choques recessivos de natureza nacional”, refere o relatório, dando como exemplo o ciclo económico de 2008 a 2013, em que o Norte “registou uma contração inferior à nacional” em termos do PIB em volume.

No ciclo seguinte, “entre 2013-19, o crescimento económico da região tinha sido, em média anual, de 2,8%, um valor superior ao nacional (2,3%) e ao da UE27 (2,1%)”, um período “de maior fulgor económico [que] coincidiu com a afirmação do modelo mais aberto ao exterior da economia do Norte”.

“Entre 2013 e 2019, a intensidade exportadora de bens da região (exportações/PIB) aumentou de 34,9% para 36,1%, um valor que contrastou com a estagnação observada em Portugal”, refere ainda o documento.

Quanto ao PIB por habitante no Norte, “convergiu de 80,3% para 85,6% do nacional entre 2000 e 2022, o que significou um ritmo de convergência de 0,24 p.p. em média anual”, mas “divergiu de 68,5% para 67,3% da UE27 durante o mesmo período”. “O PIB por habitante do Norte, a preços constantes, aumentou, em média anual, 1,2% entre 2000 e 2022, que compara com um crescimento de 0,8% em Portugal”, aponta também o documento.

Para a CCDR-Norte, “num cenário de declínio demográfico e de redução da mão-de-obra disponível, o crescimento do PIB por habitante do Norte e dos salários só poderá resultar da aceleração do crescimento da produtividade”. Para este objetivo “concorrem objetivos intermédios, como o aumento da despesa de I&D [investigação e desenvolvimento] em percentagem do PIB, o reforço das exportações de bens e serviços de média e alta tecnologia, o aumento de empresas exportadoras e um padrão geográfico de maior dispersão do sistema científico-tecnológico e sua integração nas cadeias de valor regionais”.