Falta de variante à EN 101 em Vila Verde é “absolutamente insustentável”

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Um grupo de presidentes de Junta do concelho de Vila Verde decidiu apelar à intervenção do Presidente da República e do primeiro-ministro para ajudarem à concretização da variante à EN 101 em Vila Verde, vincando a “revolta” das populações face à necessidade e urgência da infraestrutura reclamada há várias décadas. 

No âmbito do XVIII Congresso Nacional da ANAFRE que decorreu em Braga, 14 autarcas vilaverdenses subscreveram uma missiva onde explicam a “situação absolutamente insustentável do concelho devido ao bloqueio em que se encontra ao nível das infraestruturas rodoviárias, designadamente devido ao estrangulamento diário e permanente na EN 101”. 

“Porque a situação se torna já intolerável e porque sabemos que cada vez mais movimentos populares estão a reclamar e a propor manifestações de revolta, decidimos apelar à melhor intervenção de Vª Ex.cia”, refere a missiva entregue diretamente ao Presidente da República pelo presidente da Junta da Loureira, em representação do grupo de autarcas. A carta foi também dirigida ao primeiro-ministro, tendo sido entregue à ministra da Administração do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão. 

Os autarcas lembram que “a construção da Variante à EN101 que atravessa o centro da vila-sede do concelho de Vila Verde é uma causa assumida como prioritária há mais de 30 anos pela população e pelas instituições deste concelho, assim como autoridades e instituições tutelares da área das infraestruturas do Estado”. Contudo, as ações desenvolvidas em favor desta obra nunca tiveram qualquer resultado prático. 

“A acessibilidade à sede do concelho de Vila Verde e à zona Norte estão fortemente condicionadas pelas características desta via, que se encontra congestionada pelo volume excessivo de tráfego e pelas características do território atravessado que a tornam numa via urbana. Esta situação cria filas de espera com demoras excessivas e provoca insegurança, não só para os automobilistas, mas também para os peões. É igualmente o maior entrave ao crescimento e desenvolvimento económico, como publicamente reconhecem as empresas instaladas e as empresas que têm manifestado interesse em instalar-se nesta região”, explicam os presidentes de Junta. 

A carta chama ainda a atenção para o congestionamento da EN 201, que “atravessa o concelho pela área oeste e com ligação entre Braga e o concelho de Ponte de Lima, assim como a área leste do concelho de Barcelos, com passagem pela ponte românica da Vila de Prado onde o tráfego é alternado e regulado por semáforos”.  

Os autarcas recordam que “já em junho de 2011 e de acordo com o Estudo de Avaliação da Rede Rodoviária do Alto Minho, da responsabilidade do InIR”, a construção da variante a Vila Verde se apresentava “fundamental e urgente”, avançando com cenários possíveis para o traçado. 

A EN 101 já apresentava, há 10 anos atrás, “um nível de utilização elevado, ou seja, volumes de tráfego identificados a atingir os 20.000 veículos dia ‘acolhidos debilmente pela infraestrutura existente”. 

Em diversas tomadas de posições públicas dos órgãos executivos e deliberativos do Município de Vila Verde – incluindo moções e deliberações aprovadas por unanimidade pelo Executivo Camarário e pela Assembleia Municipal – e em  várias missivas sem qualquer resposta dirigidas aos senhores primeiros-ministros, ministros da tutela e aos diretores executivos das Infraestruturas de Portugal, o Município de Vila Verde e as Juntas das freguesias abrangidas procuraram sensibilizar para esta “necessidade premente”, sob pena do desenvolvimento do concelho de Vila Verde e o aumento do bem estar da sua população serem colocados em sério risco. 

“Contudo, os sucessivos Orçamentos do Estado e planos de investimento em infraestruturas – incluindo o mais recente PRR – têm continuamente desvalorizado a construção desta variante, o que coloca Vila Verde numa situação de exceção, uma vez que se trata de um município com mais de 46 mil habitantes e que é caso único no país um município da sua dimensão continuar sem uma variante ao núcleo urbano”, lamentam. 

Os autarcas vilaverdenses assumem que a pretendida Variante a Vila Verde “contribuirá de forma decisiva para o fim dos engarrafamentos diários e para o estrangulamento da circulação automóvel, nos dois sentidos de trânsito, desde o limite sul do concelho ao centro urbano de Vila Verde, sobretudo em horas de ponta, em que enfrentamos um autêntico calvário. Irá igualmente promover o aumento da competitividade das empresas, valorizar o tecido empresarial e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e da população vilaverdense em geral”.