Piezin, uma marca de Valença com um pé em Espanha

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Com uma marca nacional registada em artigos têxtil, a Piezin tem três lojas na Fortaleza de Valença. O projeto nasceu de um “bichinho” de família, mas neste momento já tem a ambição de saltar as muralhas da cidade valenciana e partir para a conquista do país vizinho.
A primeira loja Piezin abriu há sete anos. “Entretanto já abrimos mais duas lojas e agora temos três espaços dentro das muralhas. A Piezin é uma marca têxtil nacional registada de roupa interior, com venda exclusiva em Valença”, explicitou o gerente da empresa, Tiago Silva, identificando alguns dos produtos que estão disponíveis no estabelecimento. “Temos roupa interior, biquinis, collants, bolsas, chapéus, entre outros artigos. Somos uma loja que funciona de forma sazonal. No Verão, vendemos mais biquinis e saias de praia, no Inverno pijamas e outras peças para usar dentro de casa como, por exemplo, as peúgas ou pantufas da nossa marca nacional”, pormenorizou. 
O nome da loja não tem “qualquer significado”, mas a área de negócio já vem de família. “Tanto a minha família como da minha esposa sempre estiveram ligadas ao ramo têxtil e a vertente das peúgas e roupa interior sempre nos cativou. Depois de acabarmos os nossos estudos ficou sempre o bichinho da venda de retalho têxtil e foi nesse momento que decidimos abrir a loja. Na altura, pensamos no nome “pé pequenino” porque a minha esposa tem o pé pequenino. No entanto, acabou por ficar Piezin, tem um estilo italiano, mas sem qualquer significado”, contou. 
Apesar de ter uma marca registada, a Piezin não tem fabrico próprio e isso nos últimos anos tem sido uma das grandes dificuldades da empresa. “Não temos uma fábrica nossa, mas trabalhamos com muitas fábricas portuguesas que produzem para as nossas lojas. Temos fábricas nacionais de peúgas, pantufas e de roupa interior que trabalham para nós. Portanto, a Piezin só está à venda em Valença, nas redes sociais e online em piezin.com. A grande dificuldade é encontrar fábricas nacionais para produzir determinados artigos. Durante a pandemia muitas fábricas têxtil fecharam e tivemos de trocar alguns fornecedores. Há muita concorrência, nos último anos através da Turquia, que obrigou muitas fábricas a fechar”, salientou.
Para o gerente, o negócio online é o futuro, mas para já os seus clientes ainda preferem ver e analisar a qualidade dos produtos. “No online ainda estamos no início, mas já representa 10% da faturação. Apesar desse aumento, o que mais gostamos é de ter o cliente na loja e explicar a qualidade dos nossos produtos. Durante a pandemia, as vendas online funcionaram muito bem, curiosamente agora os clientes querem voltar às compras em loja, precisamente para ter uma troca de opiniões sobre os produtos que querem comprar. Muitas vezes também relatam más experiências que tiveram no online e agora preferem ir ao local”, sublinhou.
Como é habitual em Valença muitos dos consumidores são os vizinhos espanhóis. “Na fortaleza, os principais clientes são os espanhóis, representam entre 70 e 80% do mercado. Contudo, a quota de clientes portugueses está a crescer porque a nossa marca tem efetivamente qualidade. Queremos expandir a marca para o mercado espanhol e, nesse sentido, temos o desejo de abrir uma loja física em Espanha. Como disse, muitos dos clientes são espanhóis e com uma loja em Espanha era mais fácil chegar ao cliente e o cliente à loja”, assinalou o gerente, elogiando o trabalho da Associação Empresarial de Viana do Castelo. “Tem tido um papel muito ativo, com várias iniciativas para os empresários, algo que não acontecia nos anos anteriores”, afirmou.